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Azores Triangle Adventure :: a aventura do ano

Esta foto representa um bocadinho o que foram estes dias: trail, sorrisos e companheirismo!

Andava há pelo menos 2 anos a sonhar com esta prova... Era uma prova de etapas, e isso remetia-me para os bons tempos vividos na Travessia de Portugal em BTT da Ciclonatur há mais de 10 anos; para além disso, a possibilidade de ir conhecer 3 ilhas açoreanas em 3 dias e, com isto, deparar-me com as suas paisagens incríveis e poder percorrer os seus trilhos era para mim como um canto de sereia.

Decidi que este era o ano, e quando comecei a falar com colegas de treino percebi que não ia ser a única a querer embarcar na aventura, pelo que a decisão cedo começou a tomar forma... só faltava abrirem as inscrições!

Mais tarde do que era suposto, e eu já com a ansiedade de pensar que podia ter sido cancelada, lá abriram as inscrições e, confirmadas algumas coisitas, lá me inscrevi! Estavam lançados os dados para a grande aventura do ANO!

Objectivo traçado, estava na altura de meter treino e me preparar! Como tudo na vida, tive alguns setbacks e ajustamentos (gigantes) à minha vida que condicionaram em parte a preparação, mas, como quando se quer muito uma coisa, nada nos demove, eu não desisti e mesmo sem estar como gostava de estar, embarquei na aventura!

Na semana da prova tivemos ainda que lutar com a indecisão... o Lorenzo (aka o furacão mais forte dos últimos anos que atingiu os Açores), decidiu dar um ar de sua graça, mas a organização conseguiu garantir que existia segurança e que tudo estaria calmo nas datas da prova, e foi assim que aconteceu!

Chegou o dia, e lá fui cedinho para o aeroporto. Levava uma mala cheia de tralha - agradeço a quem de direito 😉 o empréstimo de material que fez toda a diferença 🙏 - parecia que ia mudar-me para os Açores 😜 Deu para fazer tudo com calma, encontrar algumas caras conhecidas, embarcar com calma e dormir uma sestazinha até me vir o cheiro ao pequeno-almoço 😋 nessa altura, conheci a Alexandra, minha companheira de viagem que também ia participar na prova, foi um prazer miúda gira 😉

Lá aterrámos, não sem antes sobrevoarmos algumas ilhas do grupo central que me deixaram logo a águar tal a sua beleza aérea 💚

No aeroporto estava a Ana Paula Garcia, que foi uma querida e me deu boleia a mim, ao Luis Afonso e ao Rui até à Horta! Não me canso de elogiar a Ana Paula que é um exemplo de resiliência e simpatia 🙏

Chegada ao hotel percebi que não havia check-in tão cedo para mim, mudei de roupa e fui ter com o Marco Francisco e o Luis Cruz ao Peter's, não os conhecia ainda, mas fiquei rapidamente a conhecer e tive a sorte de nos darmos bem, foram uma excelente companhia durante estes dias! Obrigada meninos! Seguindo-se um almoço catita com o pessoal maravilha!
 

Finalmente check-in no quarto e comecei a preparar as coisas, às 16h30 fui ter com o Pato para irmos levantar o dorsal, de volta ao quarto para descansar um pouco! Não sem antes fotografar a fantástica pulseira de participação com o Pico como pano de fundo... que não hajam dúvidas "I'M HERE TO RUN!" 💙


Depois de passar um pouco pelas brasas de pernas ao alto, toca a voltar para o briefing ao final da tarde, seguido de uma "pizza com tudo" para jantar! Preparar o resto das coisas para o dia seguinte... e o nervoso miudinho começava a instalar-se!


No dia seguinte, acordar cedo, tomar o pequeno-almoço, apanhar o táxi para o porto do Faial juntamente com o Luis e a Nélia e o marido. Chegados ao porto, foi encontrar deixar as malas na carrinha e encontrar o meu pessoal. Toca a entrar no ferry rumo ao Pico!


Chegados, é altura de ir levantar o chip, juntar-nos no pórtico e em pouco tempo dar início à primeira etapa do Azores Triangle Adventure! 

Iniciamos a percorrer a marginal de Velas, e deparamos-nos com um cenário arrasador, o Lorenzo havia destruído toda a via e o alcatrão havia sido arrancado de uma forma desoladora!


Não tarda, corríamos nas vinhas emparedadas de rocha vulcânica, e pouco depois iniciaríamos a subida ao Pico, até aí tive a companhia do David, um simpático colega da minha equipa, a Strendure, residente no Pico e ainda tivemos direito a umas fotos bem catitas ;-)



Toca a subir, e a malta começou a puxar dos bastões... e eu também não! Pois que não levei, estavam por estrear, pelo que achei que não valia a pena, devo dizer que mudei de ideias ao longo destes dias :-P

O tempo estava muito nublado e nunca chegámos a ver o Pico, estava escondido entre as nuvens. Isso significava que estava invalidada a subida ao cimo do Pico e teríamos de ficar pela Casa de Montanha... mas até lá ainda teríamos de penar ;-) Mas o que vale é que fui tendo companhia ao longo do percurso, tudo malta porreira 👍





Chegaria à Casa de Montanha acompanhada por um moço irlandês com quem viria a terminar também a terceira etapa, que me dizia que parecia que estava a correr na sua terra :-) O verde, a chuva, o nevoeiro, o vento fresco que se fazia sentir quanto mais alto se subia e que no final nos fustigava à séria! Mas lá chegámos, no meio da bruma :-) 

Soube bem a canja quentinha, o chá, os bolinhos do Pico e melhor ainda foi a massagem 😜



Nessa tarde ainda deu para descansar... eu e o Pato partilhámos alojamento e estivemos de pernocas para cima até à hora de jantar! No dia seguinte já não iríamos ter essa sorte!

Na manhã seguinte lá fomos nós em direcção ao porto de Velas para apanhar o ferry para a ilha de São Jorge. Ao contrário de ontem, hoje o tempo estava aberto e o Pico descoberto - really??? - e na travessia deu para posar com o dito cujo!


Após a longa travessia de ferry, ainda nos tocaria uma viagem de autocarro que nos levaria à ponta da ilha de São Jorge, mas o céu estava limpo e fomos brindados com as belas vistas da ilha! Que encanto!


Ao chegar à zona de onde iríamos partir, esperava-nos um reforço de pequeno-almoço! Ainda deu para o belo convívio e fotos animadas :-)




Partida dada e toca a fugir rápido, dizia-se que o trilho afunilava e que idealmente deveríamos tentar fugir à confusão... meti a 5.ª e cheguei nos inícios à longa descida que faríamos ate à primeira fajã.


Lá em baixo, um bocadinho de corridinha em plano, mas pouca para não nos habituarmos... 😝



Depois toca a subir, depois desce novamente, nova fajã (e companhia durante algum tempo da Ana Lúcia, até que ela e os seus bastões se foram embora quando a subida começou a apertar eheeheh) e viria a verdadeira subida do dia... que dureza (não há fotos dessa violência AHAHAHAH)!



Depois era só descer, e que descida fantástica, tive companhia na descida de um simpático colega de trail que tinha ido de propósito só para fazer este dia de prova, mas que foi dando dicas durante a descida porque lá tinha estado de férias em família no ano anterior (no final havia ainda de trocar conversa com ele e a mulher que também foi fazer a prova)!


Últimos kms pela lindíssima Fajã de Santo Cristo, já com um toque por detrás do joelho, mas em conversa animada com o Miguel Pedro, com quem partilhei vários kms ao longo destes 3 dias...




Mas meta cortada e coração cheio! Que trilhos, que ilha, que vistas fantásticas! Ilha de São Jorge ficou aqui guardadinha com muito carinho 💚

Tarde na fajã, com massagem, banhoca e aguardar autocarro para o jantar. Mas o cansaço foi imenso, eu e o Ricardo (Pato) acabámos por nos arrepender de não nos termos baldado ao jantar e ter ido directo para Velas descansar... ainda nos restava a surpresa da dificuldade que teríamos para chegar ao alojamento, mas que com a muita sorte que tivemos, ficou resolvida com o bom coração das gentes de Velas!

Dia seguinte lá estaríamos novamente no Porto de Velas para voltar para o Faial... A minha perna direita já tinha tido melhores dias, e sentia um aperto detrás do joelho, mas partida com ela, sabendo no entanto que ia estar condicionada.

A partida seria no Vulcão dos Capelinhos, após um pequeno almoço reforçado ;-) Foi uma partida diferente e divertida, o Miguel Costa aka Mini Atleta pediu para que todas as meninas tivessem a primazia de partir da frente com ele e foi muito animado!



Toca logo a subir, sendo que subida era o que não faltava nos 10 primeiros kms, praticamente iríamos enfrentar a maioria do acumulado no primeiro quarto da prova. Dado o mau tempo que se fazia sentir, foi-nos informado que não iríamos à Caldeira, que contornaríamos por fora e subiríamos por estrada e que os kms iriam diminuir bastante.

E subir era o que na realidade mais me incomodava, a perna esticava e doía-me... foram feitos em sofrimento estes primeiros kms. A partir de certa altura, iria ter um verdadeiro empurrão do Marco Silva até ao primeiro abastecimento, onde ele ficaria (tinha hesitado em partir e acabou decidir acabar por ali), foi fundamental para mim e estou-lhe muito grata!



A partir do primeiro abastecimento, a coisa começou a compor-se, fiz uma longa e solitária caminhada estrada acima até à caldeira, sendo que nessa altura, apesar das vergastadas violentas do vento e da chuvinha molha parvos, comecei a conseguir voltar a correr, fiquei tão contente por estar a conseguir correr sem dor.

Algures por aí, o Luis Matos apanha-me e fizemos uns bons kms juntos na "cumbersa" boa! Na descida ele foi à vidinha dele, pois então ;-)




No 2.º abastecimento viemos a saber que afinal, já não íamos fazer apenas 36kms, mas voltaríamos quase ao plano inicial e iríamos fazer 40kms... teve algum impacto no meu ânimo que não ia bestialmente bem (apesar de a direito e a descer a dor não fosse forte, não deixava de ter uma moínha), mas, na verdade, era para terminar, era para isso que me tinha metido ao caminho nesse dia ;-) 

Após uns kms by myself, acabo por ser apanhada por um companheiro de trail com quem fui até ao final na converseta, não trocámos nomes, mas a foto da chegada permitiu-me saber que era o dorsal 100 :-) Obrigada pela companhia, Diogo! Mesmo à chegada, o Jimmy Hussey, o irlandês com quem tinha cortado a meta no 1.º dia juntou-se a nós e acabámos os três a cortar a meta juntos :-)



Estava assim terminado o Azores Triangle Adventure, 93kms, 14h e 4773m D+ depois! Derreada, mas feliz pela conquista!

Massagem para controlo de estragos, check-in no hotel, banhoca, recuperação e regresso para o jantar, "combíbio", brindes de "bejeca" e ver a entrega de prémios!


Belo grupo que se juntou! Que previlégio poder ter privado com todos vocês!


A noite não terminou sem um Gin no Peter's ;-) Estava a guardar-me para o pós prova!

No dia seguinte, belo pequeno almoço relativamente cedo (acordei com as galinhas), com toda a calma do mundo... a coxinha arrumou a malinha e passou a manhã a molengar na cama até ao check-out! Nessa altura, entreguei a bagagem no hotel, fui fazer uma caminhada (bem lenta) de recuperação pela marginal da Horta e fui ter com o pessoal ao Peter's onde iríamos fazer a última refeições por terras açorianas. Maravilha!


Desta aventura guardo as ilhas maravilhosas, os trilhos fantásticos, o privilégio de poder correr naqueles trilhos fantásticos, os companheiros de trilhos do melhor, muitos sorrisos e gargalhadas e muita partilha! Agradeço ainda à organização do Azores Trail Adventure por nos ter permitido desfrutar desta experiência e todo o trabalho que teve para colmatar os efeitos do furacão Lorenzo! MUITO OBRIGADA!

Só me resta o teaser... se tiverem esta prova na bucket list, não hesitem! Não se vão arrepender de certeza! É uma fantástica experiência!

Fica o vídeo resumo da prova... com a monstra das bolachas aos 3:27 minutos 😋



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