Não comecei 2018 da forma como gostava de ter começado.
Depois de me sentir fortíssima até meados de Dezembro, talvez tenha abusado e a minha canela direita não gostou... impediu-me inclusivé de desfrutar a minha última prova do ano, a São Silvestre de Lisboa de que tanto gosto!
No entanto, dia 1 de Janeiro de 2018, fui ver como o meu corpo tinha reagido à terapia que tinha feito no dia 29 de Dezembro. Fiz 30' de trail muito calminhos e senti-me bem. Nessa semana continuei, com medos e paninhos quentes a correr leve na passadeira para perceber se teria de abdicar também da minha primeira prova da época, algo que não queria nada que acontecesse.
Mas a sorte protege os audazes e a minha audácia relativamente aos planos para este ano é alguma, tendo assim sido bafejada com a sorte de me ir sentindo melhor a cada treino que fazia.
Na semana anterior aos Trilhos dos Reis tentei arranjar companhia para a viagem. Tinha-me mandado sozinha de cabeça para este desafio, o CC ficava com os meninos e muito provavelmente iam dar os parabéns ao avô a Leiria, como se veio a verificar. Coloquei um post no meu grupo de treino do FB e logo o Rui Vieira me disse que tinha uma amiga exactamente nas mesmas condições que eu, a Susana. Pôs-nos em contacto e num instante estavamos combinadas, aliás, acabámos até por partilhar quarto, o hotel dela era melhor, mais perto e o quarto era duplo, perfeito portanto! Perfeito perfeito foi que nos demos lindamente e a viagem passou a correr e o dia foi animado, assim como o dia seguinte e o regresso ;-)
Chegámos a Portalegre, fomos logo levantar os dorsais e de seguida fomos ao hotel por as coisas e seguimos para as Jornadas do Trail, parecia que estavam à nossa espera, só começaram depois de chegarmos ;-)
De manhã, tomámos um belo pequeno-almoço e depois de alguma palhaçada fomos para o Mercado de onde partia a nossa prova. Supostamente já não veriamos a partida da distância ultra, mas novamente, estavam à nossa espera para dar a partida :-P Foi vê-los todos a correr rua fora e ficar cheia de adrenalina para o que se seguiria!
A espera é sempre longa nestas ocasiões, mas vale a pena. O mercado estava cheio mas a vibrar. A partida simbólica é dada dentro do mercado depois de algumas palavras da organização. A verdadeira partida é dada já na rua. Nessa altura, apesar do frio que se fazia sentir, já nada sentia tamanha era a a vontade de partir e ir conhecer os trilhos!
Partida dada e praticamente perdi logo a Susana, estavamos relativamente à frente e empolguei-me e segui no ritmo desenfreado dos da frente até dar. Fui perdendo gás à medida que começávamos a subir, mas os inícios nunca são a minha praia!
Ia avançando aos poucos, sempre sem parar, sempre num bom ritmo. As descidas nem sempre eram rápidas e, por vezes, parávamos nalguns obstáculos, mas nunca perdemos muito tempo. Rapidamente estava no primeiro abastecimento, foi encher o softflask e pegar numa banana e siga trilho acima!
Entre os 2 abastecimentos estava o maior desafio, a grande subida do dia, empinadinha, mas fazível, nem sempre a correr, mas sempre a ritmo acelerado. A vista de cima era priceless, uma albufeira e Marvão ao fundo... que maravilha!
Antes haviamos já passado em rios e molhado o pézinho, e amaranhado calhaus e quase escorregado (viva as sapatilhas boas para a lama mas menos boas para pedra molhada) e agora havia uma descida em estradão para meter ritmo e desatar a descer em velocidade por ali abaixo.
No segundo abastecimento havia boleima que abocanhei como se não houvesse amanhã - como prova a foto da Bernadete Morita ;-) - e ainda uma banana e fiz o refill do outro softflask.
Na saída do abastecimento, oiço "Vai Soraia" e claro, só podia ser a Ana Fé e a mãe que eu sabia que iriam ver a prova, foi tão bom o apoio que se repetiu num outro ponto e ainda passaram por mim de carro ia eu a correr.
No entanto, a minha reposição de sais não foi suficiente para o ritmo que estava a meter (e o pouco treino nas últimas semanas por causa da canela também não...) e dali a pouco estava a sofrer com a minha primeira cãibra num músculo do interior da coxa esquerda, abrandei, massagei e consegui seguir. Passado mais um bom bocado foi exactamente o mesmo músculo, mas desta vez da coxa direita... este já custou mais a desaparecer a dor, aliás, um rapaz que passava ajudou-me a alongar a perna! Um bem-hajas! Lá deu para continuar, mas tive de deixar passar 2 raparigas que entretanto eu tinha ultrapassado atrás...
Um trecho de estrada e uma entrada num trilho à direita a subir e PIMBAS... novamente, desta feita no vasto médio, naqueles altinhos por cima do joelho na parte interna da coxa, mas em STEREO... os dois ao mesmo tempo! Vi a minha vida mal parada, aos murrinhos ao músculo enquanto andava acelerada, o que vale é que começámos a descer e os músculos lá soltaram e me deixaram chegar ao final da prova ainda a bom ritmo.
Sei que sem cãibras podia ter feito um tempo melhor, mas aprendo com isto que se quero meter ritmo para além do treino ter importância, a hidratação também tem de ser feita com mais cabeça e provavelmente se tivesse carregado mais no Tailwind a coisa tinha corrido melhor!
Terminei com um tempo de 3h35m46s em 265.º em 661 da Geral, 22.º em 151 Femininos e 6.ª em 36 F40, o que não me parece mal numa prova que pontuava para o Campeonato Nacional e era a minha primeira nesta distância.
Aproveitei a massagem e enquanto esperava tagarelei com a Ana Fé que me fez companhia até chegar a minha vez. A Susana chegou estava eu no final da massagem e foi a correr para o hotel para aproveitar o duche quentinho ;-)
Depois dos duches, fomos almoçar e estivemos quase 1h na fila para o almoço, deu para ver a entrega de prémios durante esse tempo! Almoçámos e esperamos que os rapazes chegassem e tomassem banho no nosso quarto de hotel para podermos fazer check-out. A ideia era seguirmos no carro atrás deles até à margem sul, mas era eu a conduzir e rapidamente eles foram à sua vidinha :-P Mas chegámos sãs e salvas apenas bastante cansadas desta aventura em Portalegre! Venha a próxima ;-)
#bethewolf
Depois de me sentir fortíssima até meados de Dezembro, talvez tenha abusado e a minha canela direita não gostou... impediu-me inclusivé de desfrutar a minha última prova do ano, a São Silvestre de Lisboa de que tanto gosto!
No entanto, dia 1 de Janeiro de 2018, fui ver como o meu corpo tinha reagido à terapia que tinha feito no dia 29 de Dezembro. Fiz 30' de trail muito calminhos e senti-me bem. Nessa semana continuei, com medos e paninhos quentes a correr leve na passadeira para perceber se teria de abdicar também da minha primeira prova da época, algo que não queria nada que acontecesse.
Mas a sorte protege os audazes e a minha audácia relativamente aos planos para este ano é alguma, tendo assim sido bafejada com a sorte de me ir sentindo melhor a cada treino que fazia.
Na semana anterior aos Trilhos dos Reis tentei arranjar companhia para a viagem. Tinha-me mandado sozinha de cabeça para este desafio, o CC ficava com os meninos e muito provavelmente iam dar os parabéns ao avô a Leiria, como se veio a verificar. Coloquei um post no meu grupo de treino do FB e logo o Rui Vieira me disse que tinha uma amiga exactamente nas mesmas condições que eu, a Susana. Pôs-nos em contacto e num instante estavamos combinadas, aliás, acabámos até por partilhar quarto, o hotel dela era melhor, mais perto e o quarto era duplo, perfeito portanto! Perfeito perfeito foi que nos demos lindamente e a viagem passou a correr e o dia foi animado, assim como o dia seguinte e o regresso ;-)
Chegámos a Portalegre, fomos logo levantar os dorsais e de seguida fomos ao hotel por as coisas e seguimos para as Jornadas do Trail, parecia que estavam à nossa espera, só começaram depois de chegarmos ;-)
Voltámos ao hotel e depois fomos jantar a um italiano que tinhamos marcado pelo caminho com o Rui Vieira, o Alexandre Cantiga, o Tiago Rovisco e o João Vicente Rosa. Carbo load feito e toca a ir para a toca para descansar o corpinho para o desafio!
De manhã, tomámos um belo pequeno-almoço e depois de alguma palhaçada fomos para o Mercado de onde partia a nossa prova. Supostamente já não veriamos a partida da distância ultra, mas novamente, estavam à nossa espera para dar a partida :-P Foi vê-los todos a correr rua fora e ficar cheia de adrenalina para o que se seguiria!
A espera é sempre longa nestas ocasiões, mas vale a pena. O mercado estava cheio mas a vibrar. A partida simbólica é dada dentro do mercado depois de algumas palavras da organização. A verdadeira partida é dada já na rua. Nessa altura, apesar do frio que se fazia sentir, já nada sentia tamanha era a a vontade de partir e ir conhecer os trilhos!
Partida dada e praticamente perdi logo a Susana, estavamos relativamente à frente e empolguei-me e segui no ritmo desenfreado dos da frente até dar. Fui perdendo gás à medida que começávamos a subir, mas os inícios nunca são a minha praia!
Ia avançando aos poucos, sempre sem parar, sempre num bom ritmo. As descidas nem sempre eram rápidas e, por vezes, parávamos nalguns obstáculos, mas nunca perdemos muito tempo. Rapidamente estava no primeiro abastecimento, foi encher o softflask e pegar numa banana e siga trilho acima!
Entre os 2 abastecimentos estava o maior desafio, a grande subida do dia, empinadinha, mas fazível, nem sempre a correr, mas sempre a ritmo acelerado. A vista de cima era priceless, uma albufeira e Marvão ao fundo... que maravilha!
Antes haviamos já passado em rios e molhado o pézinho, e amaranhado calhaus e quase escorregado (viva as sapatilhas boas para a lama mas menos boas para pedra molhada) e agora havia uma descida em estradão para meter ritmo e desatar a descer em velocidade por ali abaixo.
Na saída do abastecimento, oiço "Vai Soraia" e claro, só podia ser a Ana Fé e a mãe que eu sabia que iriam ver a prova, foi tão bom o apoio que se repetiu num outro ponto e ainda passaram por mim de carro ia eu a correr.
No entanto, a minha reposição de sais não foi suficiente para o ritmo que estava a meter (e o pouco treino nas últimas semanas por causa da canela também não...) e dali a pouco estava a sofrer com a minha primeira cãibra num músculo do interior da coxa esquerda, abrandei, massagei e consegui seguir. Passado mais um bom bocado foi exactamente o mesmo músculo, mas desta vez da coxa direita... este já custou mais a desaparecer a dor, aliás, um rapaz que passava ajudou-me a alongar a perna! Um bem-hajas! Lá deu para continuar, mas tive de deixar passar 2 raparigas que entretanto eu tinha ultrapassado atrás...
Um trecho de estrada e uma entrada num trilho à direita a subir e PIMBAS... novamente, desta feita no vasto médio, naqueles altinhos por cima do joelho na parte interna da coxa, mas em STEREO... os dois ao mesmo tempo! Vi a minha vida mal parada, aos murrinhos ao músculo enquanto andava acelerada, o que vale é que começámos a descer e os músculos lá soltaram e me deixaram chegar ao final da prova ainda a bom ritmo.
Sei que sem cãibras podia ter feito um tempo melhor, mas aprendo com isto que se quero meter ritmo para além do treino ter importância, a hidratação também tem de ser feita com mais cabeça e provavelmente se tivesse carregado mais no Tailwind a coisa tinha corrido melhor!
Terminei com um tempo de 3h35m46s em 265.º em 661 da Geral, 22.º em 151 Femininos e 6.ª em 36 F40, o que não me parece mal numa prova que pontuava para o Campeonato Nacional e era a minha primeira nesta distância.
Aproveitei a massagem e enquanto esperava tagarelei com a Ana Fé que me fez companhia até chegar a minha vez. A Susana chegou estava eu no final da massagem e foi a correr para o hotel para aproveitar o duche quentinho ;-)
Depois dos duches, fomos almoçar e estivemos quase 1h na fila para o almoço, deu para ver a entrega de prémios durante esse tempo! Almoçámos e esperamos que os rapazes chegassem e tomassem banho no nosso quarto de hotel para podermos fazer check-out. A ideia era seguirmos no carro atrás deles até à margem sul, mas era eu a conduzir e rapidamente eles foram à sua vidinha :-P Mas chegámos sãs e salvas apenas bastante cansadas desta aventura em Portalegre! Venha a próxima ;-)
#bethewolf
Relive 'Trilhos dos Reis F-22 F40-6'
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